Quase 30% de todos os cânceres, principalmente de cânceres de intestino, podem ser evitados com alimentação saudável, prática de atividades físicas e abandono de bebidas alcoólicas. Essas ações preventivas são importantes para redução de casos e mortes, para a manutenção da produtividade laboral e para a redução dos gastos públicos com o tratamento do câncer de intestino.
Em 2030, a despesa do Sistema Único de Saúde (SUS) com pacientes diagnosticados com câncer de intestino que desenvolveram a doença devido à exposição a fatores de risco evitáveis, vai ser 88% maior do que o valor gasto em 2018. Há três anos, o SUS desembolsou aproximadamente R$ 545 milhões com procedimentos hospitalares e ambulatoriais para atender pacientes com câncer colorretal, com 30 anos ou mais. Para 2030, o INCA projeta que esse gasto poderá chegar a R$ 1 bilhão.
No Brasil, o câncer colorretal é o terceiro mais incidente na população. São, aproximadamente, 40 mil novos casos diagnosticados por ano, entre homens e mulheres. Desse total, cerca de 30% ocorrem devido a fatores comportamentais, como má alimentação, tabagismo e inatividade física. Mantida essa tendência, a estimativa é que até 2030 o número de casos aumente três vezes em homens e quase três em mulheres.
Pesquisadores do Instituto identificaram que os fatores de risco relacionados à alimentação, nutrição e inatividade física foram responsáveis por cerca de R$ 160 milhões das despesas da União com câncer colorretal, em 2018. Os maiores gastos atribuíveis foram com baixo consumo de fibras alimentares (R$ 60 milhões), atividade física insuficiente (R$ 47 milhões), consumo de carne processada (R$ 28 milhões), de carne vermelha acima do recomendado (R$ 19 milhões), de bebidas alcoólicas (R$ 15 milhões) e excesso de peso (R$ 12 milhões). A projeção mostra que, em 2030, essas mesmas causas poderão ser responsáveis por até R$ 395 milhões de desembolso federal somente com este tipo de câncer.
Se nada for feito, o País também perde quase US$ 13 bilhões em produtividade de 2021 a 2030 decorrente das mortes provocadas pelo câncer de intestino. Além da prevenção, a detecção precoce – que procura, no rastreamento, reduzir a incidência e mortalidade e, no diagnóstico precoce, aumentar a sobrevida dos pacientes – também tem muitos desafios.
Fonte: https://www.crn6.org.br